Artigos e Estudos

Artigo 1:
Transtorno Explosivo Intermitente (TEI)
                                                

Quando eu percebo...Já fiz!

Um transtorno pouco conhecido. A pessoa tem dificuldade de controlar o impulso agressivo. A atitude não é premeditada, os portadores relatam que por segundo tem consciência do que pode acontecer mas não é capaz de  controla-se. O sentimento que desencadeia a TEI é a raiva. Pode-se considerar a raiva uma emoção normal, mas fora de controle torna-se destrutiva.

O TEI é percebido  no indivíduo, que popularmente chamamos de “pavio curto” por não saber se controlar, pela falta do equilíbrio emocional, pode ser percebido como um “surtos”ou “ataques”

Típicos comportamentos de um TEI:

Xinga, chora, quebra, berra, fala palavrões, envolve-se em brigas no trânsito, com a família, no trabalho, destrói objetos e propriedades e pode chegar inclusive a agressões físicas.

Mas no entanto seus ataques de agressividades não são premeditados, o que o faz sentir-se responsáveis por seus atos, e com isso gera culpa, arrependimento, vergonha e tristeza.

Alguns portadores desse transtorno relatam pressentir algumas sensações que precedem o ataque de fúria: forte tensão, formigamento, tremores, palpitações, pressão na cabeça, pensamentos raivosos que o fazem agir descontroladamente, relatam ter “vontade de querer matar alguém”. E após a crise descrevem uma imediata sensação de alívio.

O transtorno pode ter como conseqüência a perda do emprego, suspensão escolar, divórcio, dificuldade de relacionamento, acidentes, hospitalização ou até mesmo detenções legais.

O tratamento médico e psicológico tem como objetivo a melhora na qualidade de vida. O tratamento psicológico oferece alternativas para o gerenciamento da raiva além de propiciar um auto conhecimento através do conhecimento da manifestação da história de vida e sobre as possibilidades para se lidar com o problema.

 Critérios Diagnósticos para F63.8-312.34

Por Sandra Helena Silva/ Psicóloga Crp05-20788


Artigo 2: Drª Adriana Cunha (Psicóloga)



Comportamento Infantil - Estabelecendo limites



Saber o que é permanente e o que é circustancial no comportamento de uma criança, conhecer suas características e potencialidades e, principalmente, entender e saber lidar com os problemas de comportamentos infantis são preocupações constantes de muitos pais e educadores.
Há momentos em que uma criança, por seu comportamento, os deixa desnorteados e inquietos. Inúmeras crianças ppodem até parecer que estão emocionalmente perturbadas. Entretanto, é importante alertar que comportamentos como a agressividade extrema, medos e impulsos súbitos só são sinais de uma perturbação afetiva se forem muito frequentes ou muito surpreendentes. Pais e educadores precisam ter o cuidado de não deixar que  a sua ligação com a criança faça com que se exagere na significação de um sintoma.
Tais perturbações afetivas podem estar ligadas à ansiedade dos pais, visto que o ambiente familiar influencia o comportamento infantil. Todos os pais Têm ambições para os seus filhos, porém, alguns problemas emocionais podem surgir se as capacidades da criança não correspondem às suas expectativas. Da mesma forma, o ambiente escolar influencia o comportamento da criança, dependendo da maneira como os professores lidam com ela.
A partir dos três anos, a criança começa a se considerar como indivíduo e também como parte integrante do grupo . Embora estando ainda bastante dependente da família,  já se sente independente, desejando copiar as atitudes dos adultos. Por volta dos quatro anos, começa a fase das perguntas. Ela chega a ser cansativa, exigindo muita paciência dos pais e professores. Nesta fase, a criança testa oo que lhe dizem através da repetição das mesmas perguntas para verificar se há coincidência nas respostas.
Através da imaginação e da imitação do comportamento adulto, a criança se torna mais segura e ousa a arriscar-se em seus comportamentos. O maior perigo para o desenvolvimento da criança, nesta idade, está nas atitudes de alguns pais e professores que, através da imposição de uma disciplina rígida, inibem o exercício da imaginação e da criação infantis. O estabelecimento de atitudes éticas e de padrões de moralidade e suas consequênte internalização formam obstáculos muitas vezes definitivos e, às vezes, intrasponíveis à espontaneidade infantil tão necessária nesta idade.
Devemos então, analisar nossos atos como pais e educadores visando:
- refletir sobre os problemas de comportamento mais comuns na educação infantil;
- discutir  o papel de pais e educadores na construção de limites;
- analisar o desenvolvimento da personalidade de crianças de três a seis anos em seus aspectos cognitivo, físico e psicossocial;
- apontar problemas de comportamento mais comuns desta faixa etária;
- contribuir para repensar sobre o papel dos pais e professores na construção e estabelecimento de limites.
Espera-se  que este texto venha a fazer contribuições significativas aos pais e professoreres no que se refere ao entendimento sobre os problemas de comportamento mais relevantes na faixa dos três aos seis anos de idade. O importante é ensinar a criança a controlar seus impulsos agressivos, quando esses forem inconvenientes para ela e para os outros. Essa é uma das tarefas mais árduas para nós, pais e educadores, pois estamos lidando com algo inerente à condição humana: a agressividade. É preciso lembrar que uma atitude firme, enérgica, mas compreensiva, é mais importante do que as próprias palavras.
Retirado do livro: "Comportamento infantil" Cadernos educação infantil número 10 Editora Mediação/2002.
Autora Patrícia Brum Machado